Aula 1/ Grupo 2: O Regime Escravocrata no Brasil, uma ótica da comunicação.
Ainda que o Brasil seja um país bonito por natureza, carrega consigo cicatrizes de uma história cruciante.
Sendo o país das Américas que perdurou a escravidão por mais tempo, o Brasil até hoje é lembrado pela exploração dos africanos e seus descendentes. O regime escravocrata moldou a sociedade brasileira, sua economia, cultura e comunicação.
Durante esse período, milhões de africanos foram capturados, transportados e vendidos ao Brasil para trabalhar nas maiores produtoras de renda da época: plantações de açúcar, café, algodão e mineração. Além disso, o serviço escravo doméstico era um trabalho comum.
Para o tráfego negreiro, a comunicação foi essencial para a realização de negociações e transações comerciais. A comunicação portava 3 fases para tráfego bem sucedido.
1 – Negociação de preço e quantidade, entre traficantes europeus e líderes tribais africanos.
2 - Durante o transporte, a comunicação servia para impor a ordem e controlar os escravos nos navios.
3 – Com a chegada ao Brasil, os traficantes se comunicavam com autoridades locais, comerciantes e proprietários de escravos.
A comunicação como agente facilitador na venda de pessoas:
A relação ampla entre o mercado negreiro e a comunicação nesse período foi indispensável. Surgindo em vertentes de estratégias, vendas e revoltas, a comunicação foi o principal aliado na engrenagem da fase escravocrata do Brasil.
Em primeiro lugar, a sustentação do mercado negreiro por meio da comunicação foi utilizada para legitimar e prolongar o sistema de exploração dos povos africanos no país. Diante do exposto, os discursos pró ato ganharam força, principalmente no meio político, artístico, religioso e por donos de escravos. Tais discursos, eram proferidos pelos meios de comunicação, principalmente por livros, cartas, discursos políticos e jornais.
O jornal, em princípio, se torna o protagonista na realização dos discursos de sustentação. Eram usados para propagar ideologias que justificassem a escravidão como processo natural e necessário, também como alocução racista.
Outrossim, utilizavam os jornais para divulgar as vendas de escravos e promover informações sobre o mercado negreiro, o qual gerou a venda e revenda de escravos dentro dos Estados e contribuiu para o afastamento de africanos da mesma família, a perda de cultura e o sofrimento em massa.
Se por um lado as cicatrizes desse período são cruciantes, por outro lado o país bonito por natureza se mostrou gigante na luta contra as condutas racistas e exploratórias do regime.
Escravos e Abolicionistas impulsionaram debates anti-racistas em reuniões clandestinas, panfletos e em jornais denominados “Jornais Abolicionistas”.
Região de Goiás
A região de Goiás teve ações diferentes por conta da geografia, política e economia local. Em primeiro plano, Goiás teve sua economia focada na mineração de ouro, assim aumentando a demanda de mão de obra e intensificando o contrabando de escravos.
Com o passar do tempo, Goiás teve uma mudança drástica diante da renda, passando a se dedicar à produção de alimentos, tecidos e couro. Nesse tempo os escravos se concentraram nas áreas rurais e engenhos.
Houve exacerbada resistência e revolta entre os escravos em oposição ao trabalho desumano e à violência.
O começo da liberdade
A notícia da abolição da escravidão foi anunciada no dia 13 de maio de 1888 através de edições especiais em jornais. A data foi muito comemorada e reconhecida como “A vitória da liberdade e da civilização”.
Autores: Edirley Junio, Ítalo Mortari, Lethícia Pires
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